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quinta-feira, 19 de maio de 2011

O tamanho do estrago


Uma brincadeira recorrente em Brasília é que o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, é 'o garçom' do governo -só anota o pedido. Quem assa, frita, põe sal, adiciona pimenta e serve -ou não- é Antonio Palocci, que nasceu para ser poderoso e viver metido em confusões. Basta refletir sobre a metáfora do garçom e do 'chef' para ver o quanto a política e a administração estão centradas em Palocci. E, daí, avaliar o impacto do escândalo.
É inegável que a descoberta do 'boom' imobiliário do chefe da Casa Civil pega o governo Dilma. Encerra abruptamente a lua de mel antes de concluído o primeiro semestre e abre uma fase de incertezas e enorme perda de energia. Na política, nunca é bom ter de ficar explicando o inexplicável e abre-se um flanco perigoso no Congresso -apesar do bom-mocismo de Serra, derrotado em 2010, e Aécio, a promessa para 2014.
Na administração: Dilma se gaba, até com razão, de ser uma boa executiva, mas toda a engrenagem burocrática passa pela Casa Civil, que ela já ocupou. Pode-se imaginar como anda o ambiente por lá. Com a exposição negativa e com Palocci ocupado demais em salvar a própria cabeça, o principal risco para o governo é comprometer a rotina, o andamento e as decisões de vários ou de todos os setores.
Por enquanto, Dilma convive com a empresa misteriosa, o vertiginoso aumento do patrimônio do homem-chave de sua equipe e o desgaste. Palocci vai ficando. Mas é preciso traçar cenários e combinar com os adversários.
Se o Congresso está imobilizado pela maioria governista e os órgãos públicos de investigação fingem que não é com eles, isso não vale para a... imprensa. As reações de Dilma e o destino de Palocci dependem do que ainda for publicado. A principal dúvida é se a 'Projeto' e o apartamento de quase R$ 7 milhões são o escândalo em si ou só a primeira onda de uma tsunami.  




Escrito por Magno Martins

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