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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Petrolina aspira ao topo da geografia eleitoral

Julio Lóssio e Fernando Bezerra Coelho. Foto: Arquivo/DP/D.A Press
Foto: Arquivo/DP/D.A Press

Com dois pré-candidatos ao governo estadual, Petrolina, a 730 quilômetros do Recife, terá fôlego para estar no centro da disputa em 2014? O charme da cidade que é referência nacional em fruticultura irrigada e em geração de empregos será capaz de reverter a geografia eleitoral de Pernambuco, onde 100% dos governadores eleitos pelo voto direto tiveram base metropolitana? As questões começam ser postas diante da possibilidade de o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), e o prefeito Julio Lóssio (PMDB) figurarem na cabeça de chapas majoritárias.

Adversários no âmbito local, os dois estão “na pista” e constroem suas candidaturas em realidades opostas, mas com coincidências. O socialista é da base do governador Eduardo Campos (PSB) e, em tese, dispõe de condições confortáveis. O peemedebista é dos poucos políticos de Pernambuco a fazer oposição ao governo estadual, o que é sinônimo de dificuldade. Ambos comandam máquinas com pesos proporcionais aos cargos e enfrentam resistências nos partidos – Lóssio ainda é processado na Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico, numa ação movida pelo deputado federal Fernando Bezerra Filho (PSB), segundo colocado nas eleições municipais e filho do ministro. Também em comum, há o fato de nenhum dispor de um “evento” impactante na trajetória a ponto de se impor como concorrente natural.

Mas o que pode dificultar a situação de Bezerra e Lóssio é a origem política. De acordo com o sociólogo e ex-secretário estadual de Planejamento José Arlindo Soares, um candidato ao governo deve contar com a possibilidade de obter pelo menos metade dos votos do Grande Recife. “O Sertão do São Francisco responde por cerca de 5% dos votos do estado e não vejo fatos capazes de mudar a velha geografia do estado, cujo predomínio é da Região Metropolitana do Recife, onde estão mais 40% dos eleitores”, diz.

A prevalência metropolitana corrobora a chamada “síndrome Agamenon Magalhães” (ex-governador do estado), que dizia que sem o eleitorado do Recife e arredores não se senta na cadeira do Palácio das Princesas. “Não há governador que tenha chegado reconhecidamente como político interiorano, do Agreste ou do Sertão. Estes não figuram nem mesmo em chapa majoritária. Inocêncio Oliveira (deputado federal, PP) não conseguiu jamais concorrer ao governo ou ao Senado. Nem quando contava com o apoio de 40 prefeitos”, destaca Arlindo.
Cautela é o que deve predominar ao se analisar a possibilidade de Petrolina, segundo observa o cientista político Thales Castro, da Universidade Católica de Pernambuco. Segundo ele, trata-se de uma cidade importante, com aeroporto internacional, que se sobressai na fruticultura e tem peso econômico e político. Ele também considera que a postura do ministro e do prefeito mostra que o município tem líderes com altivez e voz. No entanto, ressalta, que os projetos dos dois podem não se confirmar. “Fatores nacionais e estaduais podem pesar. As ‘placas tectônicas’ estão se movimentando. É preciso definir o quadro nacional, vê como fica a economia e como o governador Eduardo Campos se posiciona”, diz.

Petrolina vive historicamente sob domínio da família Coelho, que se reveza na prefeitura desde 1955. Porém se dividiu a partir de 1986 e hoje parte apoia Lóssio, cujo vice é Guilherme Coelho (PSDB). O único petrolinense a chegar ao Executivo estadual foi Nilo Coelho, entre 1967 e 1971. Foi governador indicado pela ditadura militar.

Saiba mais

Lóssio: “A importância política está no seu passado por ter fornecido nomes importantes que serviram ao estado, a exemplo de Nilo Coelho e Mansueto de Lavor. Está no presente, pois aqui temos desenvolvido políticas públicas com ênfase na cidadania (habitação, regularização fundiária, educação na primeira infância, emprego) que podem e devem ser ampliadas ao estado, que tem crescido, mas ainda mantém um grande nível de desigualdade. Está no futuro, já que a presença de universidades e institutos federais faz de nossa cidade uma produtora de talentos com massa crítica para propor avanços para Pernambuco e de modo especial para o Semiárido”.

Bezerra: (nota da assessoria) - “O ministro Fernando Bezerra Coelho é do PSB e segue a orientação do presidente do partido de só tratar temas relacionados com as eleições de 2014 em 2014. Como ministro de Estado indicado pelo governador Eduardo Campos, Fernando Bezerra Coelho tratará desses assuntos no tempo certo”.(Do Diário de Pernambuco).

Corda no pescoço: governadores temem cassação


 Governadores de 11 Estados, entre eles Cid Gomes (CE), Roseana Sarney (MA) e Sérgio Cabral (RJ), estão de olho na pauta de julgamentos do Tribunal Superior Eleitoral que ocorre amanhã.
É que os ministros devem decidir, no julgamento do deputado Assis Carvalho (PT-PI), acusado de compra de votos, se os recursos que pedem a cassação de mandatos dos 11 chefes de Executivos estaduais terão andamento ou serão arquivados de uma só vez.(Do Blog de Magno Martins). 

Redução de pena pode livrar Dirceu de regime fechado


O possível reinício do julgamento do mensalão para 12 condenados no processo pelo STF (Supremo Tribunal Federal) deve beneficiar diretamente o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, segundo entendimento do constitucionalista Dircêo Torrecilas Ramos.
Para o jurista, caso as penas sejam reduzidas, o crime por formação de quadrilha pode perder a validade durante o julgamento.
— Ele não pegaria regime fechado; ele pegaria semiaberto. Iria para uma colônia agrícola especial, por exemplo, trabalhando durante o dia e dormindo no local à noite. Mas, se não houver vaga em regime semiaberto, ele poderá ir para prisão domiciliar. Acredito que, nesse caso, ele [Dirceu] ainda receberá benefícios. Há uma grande chance de ele escapar da prisão.

O professor de direito constitucional da Universidade Mackenzie João Antonio Wiegerinck tem visão diferente. Para ele, mesmo se aceitarem analisar novamente as penas, por meio dos embargos infringentes, os ministros não devem alterar o que já foi decidido.
— Uma coisa é você aceitar o exame, outra coisa é você mudar o que já foi decidido. Os ministros devem manter as penas.(Do Blog de Magno Martins).

Não há diálogo entre Barbosa e os juízes. Relação difícil



O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, é conhecido por ter um temperamento difícil e por críticas abertas a colegas magistrados. No entanto, para o presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Nino Toldo, a falta de diálogo de Barbosa com a magistratura como um todo tem se tornado um obstáculo para avanços no Poder Judiciário.
Nesta entrevista ao iG , Toldo admite que existe animosidade entre os juízes federais e o chefe do Supremo, iniciada antes mesmo de Barbosa tomar posse como presidente da suprema corte em 2012. “Eu sempre busquei o diálogo e tenho dialogado com todos os setores no âmbito dos Três Poderes. A dificuldade única que encontro com o presidente do STF. Lamento que isso aconteça porque não contribui de forma nenhuma para o aprimoramento das instituições”, afirma.
Toldo admite ser difícil compatibilizar uma decisão judicial independente dos anseios populares, declara que o Supremo tem tido extremas dificuldades técnicas durante o julgamento do mensalão e afirma que salário líquido de R$ 16 mil é insuficiente para as responsabilidades de um juiz federal. “O juiz federal hoje é mal remunerado”, diz.(Do Blog de Magno Martins).