PETROLINA - O alto preço dos combustíveis cobrados na cidade sertaneja motivou a audiência pública promovida pela Comissão de Negócios Municipais, na sede da Câmara de Vereadores, na última quinta-feira (19). O encontro foi solicitado pelo presidente do colegiado, deputado Odacy Amorim (PSB). O preço do litro da gasolina em Petrolina é, aproximadamente, R$ 0,30 mais caro que no restante do Estado.
O parlamentar voltou a apontar a Petrobras como principal responsável pelo alto custo da gasolina, visto que a empresa está na ponta da distribuição. De acordo com Odacy, 80% dos postos localizados na cidade são de bandeira BR, dificultando a oscilação de valores de um estabelecimento para o outro. O gerente regional da BR Distribuidora, Álvaro Lins, justificou que o preço praticado é mais alto, “em função do transporte”. Ele lembrou que houve aumento no preço da gasolina, proporcionalmente ao reajuste do álcool anidro. A gasolina, por sua vez, tem percentual de álcool na composição. “Estamos recebendo novos fornecimentos de anidro e os preços serão repassados para o revendedor, que deverá transferi-lo ao consumidor. Registro, entretanto, que nós, da BR, não temos ingerência sobre os valores repassados para a ponta, uma vez que a concorrência no mercado é livre”, detalhou.
A coordenadora de Defesa da Livre Concorrência da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Isadora Brito, endossou que os preços praticados pelos postos são de responsabilidade dos próprios estabelecimentos. “Não é de competencia da ANP estabelecer o valor a ser cobrado.” Dentre os encaminhamentos, o presidente Odacy Amorim destacou que solicitará à ANP um monitoramento de preço detalhado, na Região do São Francisco. Também será debatida, junto aos proprietários dos postos, a redução na margem de lucro.
“É preciso, entretanto, rever o montante cobrado na distribuição. Informei o fato ao Ministério Público e sei que o governador Eduardo Campos também está preocupado com a prática abusiva. O que importa é darmos uma resposta urgente a esse antigo problema na cidade de Petrolina.” A audiência pública contou, ainda, com os deputados Isabel Cristina (PT), Adalberto Cavalcanti (PHS) e Waldemar Borges (PSB); além de representantes da Secretaria da Fazenda do Estado, do Sindicato dos Combustíveis de Pernambuco, dos donos de postos de Petrolina e da sociedade civil. O assunto voltará a ser discutido na Assembleia, em audiência pública a ser agendada pelo colegiado.
Diário Oficial.
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