Carlos Chagas
Pode ser amanhã à noite, pode ser durante a terça-feira, mas parece certo que o ex-presidente Lula se reunirá com a presidente Dilma Rousseff. Ele é esperado em Brasília para conversar com senadores do PT sobre a reforma política, mas o diálogo com a sucessora suplanta de muito o motivo formal de mais uma passagem pela capital.
Falarão, com certeza, da crise envolvendo Antônio Palocci, além do mais porque a nomeação do chefe da Casa Civil deveu-se a conselho do Lula. Mas falarão o quê? De jeito nenhum sobre a hipótese de Palocci afastar-se ou ser afastado. Quando da crise do caseiro o então presidente tentou segurar o ministro da Fazenda, só aceitando sua demissão pela evidência de que a lei havia sido infringida. No caso, a lei do sigilo fiscal do Francenildo, ainda que tivessem ido para o pelourinho apenas o presidente da Caixa Econômica Federal e alguns auxiliares.
A concepção de Dilma Rousseff no atual episódio é a mesma que o Lula tentou manter no anterior: segurar Palocci. Ficou impossível naqueles idos. Agora, tudo indica que será diferente. A lei não foi atropelada pelo faturamento da empresa de consultoria, conforme palavras do Procurador Geral da República, Roberto Gurgel.
Mesmo assim, a situação é tensa. Dilma não possui o respaldo de popularidade que Lula esbanjava para sair incólume de qualquer crise. Sendo Palocci tão necessário agora, na Casa Civil, quanto era na Fazenda, antes, tudo dependerá do ministro. De sua capacidade de absorver as investidas da imprensa e da oposição. Isso, é claro, se não surgirem capítulos novos nessa incômoda novela. Do que se tem certeza é de que o ex-presidente Lula dará à presidente Dilma um conselho óbvio: “Aguente firme”.
Escrito por Magno Martins
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