Enquanto no Congresso a bancada evangélica se impõe como principal frente de oposição a propostas do movimento gay, novas igrejas adotam a causa homossexual como bandeira. Pastores dessas comunidades elogiaram nesta sexta-feira as declarações do padre Gilvander Moreira em aprovação à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheceu a união civil entre pessoas do mesmo sexo.
- Ao ler a entrevista, senti que não estamos sós nesse mundo, existem homens de Deus que entendem a homossexualidade como uma condição da natureza humana. Para mim foi muito emocionante - afirmou o pastor Márcio Retamero, da Comunidade Betel do Rio.
Retamero evita polemizar ao falar sobre a bancada evangélica e sobre a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que divulgou nota afirmando que uniões entre gays “não podem ser equiparadas à família”.
- Todo segmento social tem direito a representatividade no Poder Legislativo. Não sou contra a presença dos evangélicos no Congresso, meu problema com a bancada é o fato de ela confundir a criação de leis com a visão de mundo da igreja - defende. - E queria saber de que conceito de família a CNBB está falando. A família homoafetiva já existe há muito tempo, é uma realidade. O Direito se adequou ao costume.
O pastor Fábio Inácio de Souza, da Igreja Cristã Contemporânea do Rio, recorre a Deus para criticar a nota dos bispos:
- Não cabe ao homem decidir o que Deus colocou no meu coração, que foi o amor pelo meu companheiro. Acho que o padre (Gilvander) entende o que é a palavra amor.
Na quinta-feira, Fábio formalizou sua união estável com o fundador da igreja, o pastor Marcos Gladstone.
- Fui criado na igreja evangélica e, quando assumi ser homossexual, tive que escolher entre a fé e a minha orientação sexual. Aí veio a ideia de fundar uma igreja que congregaria todas as orientações sexuais - conta o pastor Marcos.
Diario de Pernambuco
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