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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Funase será reformada após fuga



A Fundação de Atendimento Socioeducativo de Pernambuco (Funase) registrou a maior fuga em 47 anos de existência na madrugada de ontem quando 98 adolescentes em conflito com a lei escaparam da unidade da Abdias de Carvalho, na Zona Oeste. Até o fechamento desta edição, 62 reeducandos já tinham sido capturados nos bairros do Bongi, Cordeiro e Prado e 36 continuavam soltos. Os nomes dos internos já estão de posse da Polícia Militar (PM), que comanda a operação de recaptura. Para evitar novas fugas, o presidente Eutácio Borges adiantou que o Governo do Estado está fazendo um investimento de R$ 80 milhões em reformas e construção de novas casas. Na Abdias, os prédios serão derrubados para dar espaço a quatro pavilhões, cada um com capacidade para 60 adolescentes. Através de nota para a imprensa, a assessoria da Funase avisou que as obras da Abdias terão início na próxima terça-feira, às 9h30, quando o governador Eduardo Campos participará da demolição do prédio e assinará uma ordem de serviço.  

Toda a fuga histórica foi registrada pelas câmeras de monitoramento espalhadas pela unidade. São quase 50 minutos de gravação que mostram detalhes da fuga. Perto de 1h, as máquinas registraram quatro internos andando do lado de fora da cela. “Eles (os adolescentes), inclusive, podem ter estimulado a movimentação de fuga”, avalia o secretário da Criança e da Juventude, Pedro Eurico. As causas da fuga em massa serão identificadas até o fim da semana. “Já ouvimos algumas pessoas e vamos continuar a investigação, tomar depoimentos de agentes, gestores, PMs e internos”, detalha. No momento da evasão, o prédio abrigava 256 internos (117 no pavilhão da ala 1) e 17 agentes. Ou seja, cada guarda era responsável pela vigilância de 15 jovens. 

Os fugitivos que escaparam estavam na ala 1 do prédio e, segundo os agentes, forjaram uma briga para distrair a vigilância enquanto dois grupos quebravam os cadeados das celas. Apenas dois cadeados, o da cela e o do pavilhão, separavam os infratores da liberdade. Os adolescentes usaram a quadra esportiva para concluir a fuga, onde pularam de uma altura de cinco metros para os Correios, ao lado.

O presidente da Funase, Eutácio Borges, acredita que a superlotação e a falta de estrutura foram alguns dos motivos da fuga. No final da manhã de ontem, ele se reuniu com o secretário estadual da Criança e Juventude, Pedro Eurico, que reclamou da fuga. “Vamos abrir um inquérito administrativo para investigar o que aconteceu e como tantos adolescentes escaparam. Pode, sim, ter agente envolvido”.(Do Diário de Pernambuco).

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