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sábado, 9 de abril de 2011

Deputados que se aliam a Kassab se dizem em fuga de 'caciquismo'

Parlamentares ouvidos pelo G1 afirmam buscar 'mais espaço' no PSD.
Segundo lideranças, legenda deve ter entre 30 e 40 congressistas.


O PSD já nasce acima da média e vai praticar democracia interna, na contramão do modelo dos caciques partidários. Sem democracia interna, o partido vira cartório de poucos"
Ex-deputado Indio da Costa, que foi candidato a vice-presidente da República na chapa de José Serra (PSDB)
Parlamentares que anunciaram migração para o Partido Social Democrático (PSD), recém-lançado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmaram que buscam na nova legenda "mais espaço" e maior possibilidade de participar das decisões partidárias.
"É um partido que não tem dono, [não tem] quem mande, não tem caciquismo. É a possibilidade para que todos possam exercer a democracia partidária", disse o deputado federal Eduardo Sciarra, que deixará o DEM para comandar a criação do PSD no Paraná. "Fui convidado pelo prefeito Kassab para coordenar esse momento de criação do partido no estado e estamos muito animados", afirmou Sciarra.
O pensamento é compartilhado pelo colega de Câmara Geraldo Thadeu, de Minas Gerais, que anunciou a troca do PPS pelo PSD. Ele deve fazer parte do diretório estadual mineiro. "Já tive problemas de relacionamento no PPS. Não é um problema só do PPS, de uma conduta muito centralizada. O mundo mudou muito e os políticos mudaram, querem participação maior, poder fazer parte das decisões. Foi nesse sentido que busquei essa oportunidade com a nova legenda", afirmou o parlamentar.
Deputado Índio da Costa (DEM-RJ) (Foto: Brizza Cavalcante/Agência Câmara)Indio da Costa, que vai coordenar lançamento do
PSD no Rio (Foto: Brizza Cavalcante/Ag. Câmara)
O ex-deputado Indio da Costa, que foi candidato a vice-presidente da República na chapa de José Serra (PSDB), já confirmou a troca do DEM pelo PSD. O motivo para saída, segundo disse ao G1, é o mesmo dos colegas.
"Não tive problemas com o Democratas em nível nacional, mas sim no Rio, onde César e Rodrigo Maia centralizam as decisões. Não acho que esse seja o modelo de crescimento. Em todos os grandes partidos há caciques regionais e nacionais e não percebemos democracia interna partidária", disse Costa, que vai coordenar a implantação da legenda no Rio.
Para Indio da Costa, as críticas contra a legenda se devem ao tamanho do partido. "O PSD já nasce acima da média e vai praticar democracia interna, na contramão do modelo dos caciques partidários. Sem democracia interna, o partido vira cartório de poucos."
Os dirigentes de diversos partidos vêm criticando a criação do PSD. Nesta semana, o presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), afirmou que o novo partido vai reunir "gente que está sobrando". "[Kassab] lança projeto que soma ressentimentos. Isso não dá futuro, isso não é partido. A democracia deve acabar com partidos como esse."
É um partido que não tem dono, [não tem] quem mande, não tem caciquismo. É a possibilidade para que todos possam exercer a democracia partidária"
Deputado federal Eduardo Sciarra (DEM-PR), que deve organizar o PSD no Paraná
De acordo com parlamentares ouvidos pelo G1, o PSD deve nascer com pelo menos um governador, dois senadores e entre 30 e 40 deputados federais.
O governador em questão, o amazonense Omar Aziz (PMN), vai se reunir com Kassab neste domingo (10), na Assembleia Legislativa do Amazonas. Segundo a assessoria de imprensa do governador, é nesta reunião que Aziz decidirá se ingressará no PSD.
Os dois senadores que podem aderir ao partido são Sérgio Petecão (PMN-AC) e Kátia Abreu (DEM-TO). A senadora foi ao plenário do Senado nesta semana anunciar sua filiação ao PSD. Ela afirmou não se sentir mais "em sintonia" com o DEM.
"A atuação partidária [do DEM] hoje tem concepção distinta da minha no que se refere não apenas à prática interna da democracia, mas à postura de independência em relação ao quadro presente da política brasileira. Respeito e acato, mas já não me sinto em sintonia", discursou Kátia Abreu, citando que o novo partido não fará oposição "à toa" e ficará do lado das ações positivas do governo.

Mariana Oliveira Do G1, em Brasília

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