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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Dilma se recusa a responder pergunta sobre mensaleiros e admite serviço ruim na Saúde

Jornal Nacional’ entrevista a presidente Dilma Rousseff – Divulgação
Em entrevista ao “Jornal Nacional”, realizada na biblioteca do Palácio da Alvorada, a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, admitiu que a situação na área da Saúde “não é minimamente razoável”, mas defendeu as ações do governo, como o programa Mais Médicos. Apesar da insistência, Dilma se recusou a responder sobre a atitude do PT diante do escândalo do mensalão, que tratou os condenados como heróis. Por repetidas vezes, Dilma disse que não comenta decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) por ser presidente da República e respeitar a independência entre os Poderes.
Em certos momentos, a presidente se mostrava tensa e incomodada em ser interrompida com novas perguntas. Ao final, Dilma disse que a economia vai melhorar no segundo semestre, rebateu o pessimismo e pediu votos aos eleitores.
A presidente, visivelmente contrariada, disse várias vezes que nunca comentou a condenação dos petistas pelo STF, como o ex-ministro José Dirceu. Ela não quis responder nem mesmo à pergunta sobre o PT tratar os condenados como “vítimas”.

— Vou te falar uma coisa: sou presidente da República. Não faço nenhum observação sobre julgamentos realizados pelo STF. Por um motivo muito simples: a Constituição Federal exige que o presidente da República e os demais chefes de Poder respeitem e considerem a autonomia dos outros órgãos. Não julgo ações do Supremo. Tenho minhas opiniões pessoais. Durante o processo inteiro, não manifestei nenhuma opinião sobre o julgamento. Não vou tomar nenhum posição que me coloque em confronto, conflito com a Suprema Corte. Isso não é uma questão objetiva — disse Dilma.
Ao ser perguntada sobre escândalos em ministérios e as irregularidades na Petrobras, a presidente repetiu que seu governo foi aquele que mais combateu a corrupção. Dilma disse que foi o governo do PT que criou a CGU. Na verdade, a CGU foi criada em 2001 pelo governo Fernando Henrique, com o nome de Corregedoria Geral da União. O presidente Lula sempre disse que om PT criou a CGU.
— Fomos aquele governo que mais estruturou os mecanismos de combate à corrupção, aos malfeitos. Além disso, tivemos uma relação muito respeitosa com o Ministério Público. Porque também escolhemos com absoluta isenção os procuradores. Fomos nós que criamos a Controladoria Geral da União. Criamos um Portal da Transparência — disse ela.
Ao falar de ministros afastados, Dilma lembrou que nem todos os acusados foram condenados na Justiça, e ressaltou que muitos pediram demissão por pressão da família. Ela disse que só aceita as exigências dos partidos quando acredita nas pessoas, citando os casos de César Borges e Paulo Sérgio Passos, ex e atual ministro dos Transportes, indicados pelo PR:
— Nem todas as pessoas foram punidas pelo Judiciário e tiveram culpa comprovada, Muitos se afastaram por pressão da família. Os partidos podem fazer exigências, mas só aceito quando são pessoas íntegras, competentes, têm tradição na área e têm minha confiança.
Na questão da Saúde, Dilma reconheceu que há ainda muitos problemas a enfrentar.
— Não acho (que a situação da saúde é minimamente razoável). Porque o Brasil precisa de uma reforma federativa (…) Mas resolvemos o problema dos 50 milhões de brasileiros (que passaram a ter atendimento) e dos 14 mil médicos. Temos de melhorar a Saúde, não tenho dúvida — disse Dilma, acrescentando:
— Ainda temos muitos problemas e desafios a enfrentar na Saúde. Enfrentamos um dos mais graves que há na Saúde. Porque na Saúde se precisa ter médicos. A população sempre reclamou da falta de médicos. Tivemos uma atitude muito corajosa (…) Chamamos médicos cubanos, e conseguimos chegar a 14462 médicos. E 50 milhões de brasileiros não tinham tratamento médico.
Dilma também foi enfática ao defender a política econômica.
— Primeiro, enfrentamos a crise, pela primeira vez no Brasil, não desempregando, não arrochando os salários, não aumentando tributos. Pelo contrário, desoneramos, reduzimos a incidência de tributos sobre a cesta básica. Enfrentamos a crise também sem demitir. E qual era o padrão anterior? — disse Dilma, mostrando irritação com números negativos apontados pelos entrevistadores:
— Não sei dá onde são os seus dados. Mas temos uma melhoria prevista no segundo semestre. Tem uma coisa em economia que são os índices antecedentes e os índices que evidenciam como está a situação atual. Todos esses índices indicam uma recuperação no segundo semestre vis-à-vis o primeiro semestre. Se não olhar para o retrovisor e o que está acontecendo hoje, ela está e zero por cento. Estamos superando a dificuldade de superar uma crise sem demitir, sem reduzir a renda
Ao final, Dilma pediu que todos acreditem no Brasil e não sejam pessimistas, acusação que sempre faz à oposição.
— Fui eleita para dar continuidade ao governo Lula. Ao mesmo tempo, preparamos o Brasil para um novo ciclo de crescimento: moderno, mais produtivo, mais competitivo. Criamos as condições para o Brasil dar um salto. Queremos continuar a ser um país de classe média, cada vez maior a participação da classe média, mais oportunidade para todos. Eu acredito no Brasil. Mais do que nunca, todos nós precisamos acreditar no Brasil e diminuir o pessimismo. E peço votos dos telespectadores — encerrou a presidente.

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