O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, desafiou na terça-feira (8/11), após reunião com as bancadas do PDT da Câmara e do Senado, a hierarquia do sistema presidencialista e afirmou não crer que a presidente Dilma Rousseff vá afastá-lo depois das denúncias de irregularidades nos convênios firmados pela pasta com ONGs. “Duvido que ela o faça. Ela me conhece, sabe que o meu caso é diferente dos anteriores”, disse Lupi, ao ser questionado se o ritual de defesa pública e apoio do partido não repetia o mesmo calvário dos ministros anteriores que, mesmo assim, acabaram sendo exonerados. “Isso é denuncismo para me tirar. Só saio abatido à bala. E tem que ser bala forte, porque sou pesadão”, afirmou ele, irônico.
Os próprios pedetistas reconheceram que Lupi falou demais na entrevista coletiva. “Ele se empolgou com o apoio dos parlamentares”, disse o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SP). Presidente da Força Sindical, Paulinho nega que o sindicato tenha rompido o apoio dado ao ministério e prometeu que as centrais sindicais vão viajar o país em defesa de Lupi. “Acho que só a CUT não vai”, palpitou Paulinho.
No Planalto, a avaliação é semelhante. “Ele conseguiu reunificar o partido e ganhou a primeira batalha jurídica com a declaração do procurador Roberto Gurgel de que não existem indícios do envolvimento pessoal dele nas denúncias. Mas conseguiu, com suas frases, manter as manchetes dos jornais”, reconheceu um auxiliar da presidente.
Lupi disse que, até o fim da sua vida — não apenas da sua gestão no ministério — vai lutar para provar que é uma pessoa honrada e que nem ele nem o PDT estão envolvidos em atos de corrupção. “Eu aprendi com o Brizola que as frases dão um sinal muito grande da personalidade humana. E eu não sou um homem apenas de frases”, alertou.
Diário de Pernambuco.
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