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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Trabalhadores de Suape vão continuar em greve

Foto: Tatiana Notaro

Mais um dia de tensão no canteiro de obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest). Isso porque os mais de 54 mil trabalhadores da Rnest e da PetroquímicaSuape (PQS) decidiram em assembleia continuar o movimento grevista. Eles não acataram a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) de voltar ao trabalho. Alguns ônibus ainda entraram nos canteiros de obras, mas retornaram para participar da assembleia. No início do dia, um tumulto foi registrado. O Batalhão de Choque (BPChoque) utilizou balas de borracha e bombas de efeito moral para conter os ânimos.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE), Aldo Amaral, tentou entrar no canteiro de obras para retirar operários do canteiro de obras, mas foi impedido pelo BPChoque. No momento, eles saem em caminha pelo entorno dos empreendimentos para atrapalhar o trânsito na região. Uma nova assembleia está marcada para a próxima segunda-feira (19), às 7h.
Na manhã desta terça-feira (13), o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) declarou a greve ilegal e determinou que os trabalhadores retornassem ao trabalho nesta quarta-feira (14), sob pena de multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento. Fora isso, na reunião de ontem, os magistrados optaram também pela extinção do dissídio coletivo que exigia a equiparação dos salários dos operários. Após saber da decisão do TRT-6, Aldo Amaral não falou em depredação, como aconteceu em agosto, quando sete ônibus foram incendiados, mas disse que “agora é hora de resistir”.
Além da questão salarial, os operários reivindicavam o abono dos dias parados e a recontratação dos empregados demitidos depois da última greve. Entretanto, para o TRT-6, a decisão pela abusividade da greve foi inevitável. Segundo o relator do processo, desembargador Ruy Salathiel, o Sintepav-PE não seguiu as normas recomendadas pela legislação brasileira para o uso do direito de greve.
O Sintepav junto com a Força Sindical divulgou uma nota de repúdio criticando “a posição patronal que fez os trabalhadores, mais uma vez, paralisarem as atividades de construção das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Complexo Industrial Portuário de Suape”. O texto lembra as sucessivas tentativas de acordo que nunca saíam do impasse e afirma ainda que o pagamento da equiparação salarial será cobrado em ações impetradas nas varas do trabalho do município de Ipojuca.
Por sua vez, o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) garantiu que esteve aberto para negociar. Acreditando no retorno dos operários das empresas que constróem a Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e PetroquímicaSuape (PQS), o Sinicon disse que vai garantir a circulação dos ônibus e a abertura dos refeitórios nesta quarta-feira. A advogada do Sincon, Margareth Rubem, adiantou que as empresas continuam dispostas a negociar a compensação dos dias parados – que somados a greve de agosto, chegam a 19 dias – e demais reivindicações dos trabalhadores.


Blog da Folha.

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