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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Penas pesadas nos mensaleiros espanta até um PF



Um veterano policial federal, em cujas mãos passaram algumas das mais importantes investigações sobre fraudes bancárias, corrupção e golpes contra o patrimônio publico, mesmo reconhecendo que os envolvidos no mensalão merecem punição, não esconde seu espanto com os 40 anos que os ministros do Supremo estão punindo o publicitário Marcos Valério.
Ele lembra que no famoso escândalo do Banco Nacional, quando através de balanços fraudados provocaram um rombo de R$ 9,8 bilhões, na hora da punição, a maior pena foi de 28 anos de reclusão para Marcos Magalhães Pinto. Como ele recorreu, até hoje não cumpriu.
No Escândalo da Pasta Rosa do Banco Econômico, oportunidade em que o banqueiro Ângelo Calmon de Sá distribuiu 2,4 milhões de dólares para campanhas de 25 candidatos, a sua pena foi de quatro anos e dois meses, também pendente de recursos no STJ e ainda não cumprida.
No famoso Casso Collor, o ex-tesoureiro da campanha de Fernando Collor, Paulo César Farias, que segundo levantou-se à época movimentou mais de um bilhão de dólares, foi condenado a sete anos de prisão por falsidade e acabou saindo da cadeia antes do tempo.
Em janeiro de 1999, no socorro aos Bancos Marka e FonteCidam, o Banco Central gastou R$ 1,5 bilhão,. Por conta deste escândalo o banqueiro italiano Salvatore Alberto Cacciola foi condenado a 13 anos de prisão, dos quais cumpriu efetivamente quatro anos.
Ou seja, de todos estes escândalos famosos, a maior pena concedida judicialmente foram os 28 anos dados a Magalhães Pinto – e jamais cumpridos. Eles, entretanto, correspondem a 12 anos a menos do que os 40 que o Supremo já determinou para o operador do mensalão.
A pena alta surpreendeu e assustou o veterano policial. É verdade que alguns ministros já andam falando em reavaliarem-na. Mas, se isto não acontecer, ela poderá servir de base para um recrudescimento geral das penas na primeira instância.



Magno Martins.

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