Por Jumarina Oliveira
Da Folha de Pernambuco
Considerado um dos fatores que mais influenciam nas eleições, o guia eleitoral gratuito foi fortemente utilizado pelos candidatos à Prefeitura do Recife. Aproximadamente R$ 5,7 milhões das despesas dos quatro principais colocados – Geraldo Julio (PSB), Daniel Coelho (PSDB), Humberto Costa (PT) e Mendonça Filho (DEM) – durante a campanha foram destinados a esse item. No total, os postulantes gastaram mais de R$ 15 milhões na corrida eleitoral. O prefeito eleito Geraldo Julio foi o campeão de gastos. Nos 90 dias de campanha, o socialista utilizou R$ 6,9 milhões. Os programas de rádio e TV foram o que mais encareceram a disputa. Do montante, R$ 2,9 milhões foram investidos na produção destes materiais.
Um dos fatores que podem ter contribuído para o alto valor das peças foi o tempo destinado ao guia de Geraldo. O então candidato contou com invejáveis 12 minutos e 28 segundos, graças ao forte palanque montado para a disputa, com 14 partidos. A maior parte da verba destinada para a campanha veio da direção nacional do PSB, que doou R$ 3 milhões ao candidato da Capital. O socialista também teve o apoio de muitas empresas privadas e conseguiu arrecadar, ao todo, R$ 7,1 milhões.
O senador Humberto Costa também preferiu investir a maior parte da sua receita na produção de programas de rádio e TV. Nestes itens, o petista gastou R$ 1,8 milhão. Ele contava com metade do tempo de Geraldo. Ao todo, Humberto utilizou R$ 2,9 milhões, e arrecadou o mesmo montante. Seu maior doador foi a direção nacional do PT, que contribuiu com R$ 1,6 milhão. Segundo lugar na disputa, Daniel Coelho declarou poucos gastos com produção de programas de rádio, televisão ou vídeo. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o tucano utilizou R$ 374 mil com estes materais.
Daniel, porém, apresentou várias despesas no item “serviços prestados a terceiros”, totalizando pouco mais de R$ 1 milhão. O deputado estadual gastou R$ 2,7 milhões na campanha, mesma quantia da receita arrecadada. Seu maior doador foi a direção nacional do PSDB, que investiu R$ 1,3 milhão. O diretório estadual também investiu pesado no tucano: R$ 1 milhão. A produção do guia eleitoral também foi a principal despesa do democrata Mendonça Filho. Apesar do baixo recurso destinado para campanha, Mendonça utilizou aproximadamente um quarto dos seus investimentos para a produção de materiais de rádio e TV: R$ 695 mil.
Mendonça teve uma despesa de R$ 2,7 milhões, R$ 100 mil a mais do que conseguiu arrecadar. Seu maior doador também foi a executiva nacional do DEM, que contribuiu com R$ 1,7 milhão. No site do TSE não há informações sobre as declarações de gastos de Roberto Numeriano (sem partido) e Douglas Sampaio (PRTB). Edna Costa (PPL) recebeu R$ 23 mil e utilizou R$ 20 mil, a maior parte com materiais impressos. Na declaração de Jair Pedro (PSTU) só existe o total da receita, que foi de pouco mais de R$ 4 mil.
Blog da Folha.
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