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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Dez mil domésticos são demitidos no Grande Recife


A nova Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada após a aprovação da PEC das Domésticas, mostrou que cerca de dez mil empregados domésticos foram desligados entre os meses de abril e março na Região Metropolitana do Recife (RMR). O número representa uma queda de 8,1% das vagas entre março e abril. Já no acumulado dos últimos doze me­ses, o número de desligamentos chegou a 17 mil. A PED é realizada pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), em parceria com a Fundação Seade e o Dieese.
O diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Agência Condepe/Fidem, Rodolfo Guimarães, acredita que a PEC das Domésticas não pode ser unicamente responsabilizada por esses números. “Há uma série de fatores que podem ter resultado nas demissões, como o aumento da cesta básica, por exemplo. A inflação que pesa nos alimentos também pode ter levado as pessoas das classes C e D a reduzirem os gastos dispensandos às profissionais”, explicou.
Ainda de acordo com Guimarães, nos dados apresentados pela pesquisa constam não apenas os empregados com carteira assinada, mas também as diaristas. “Os desligamentos também podem ser explicados pela quantidade de empregadas sem carteira assinada e diaristas. Como dois terços dos demitidos eram diaristas, não há porque vincular os números unicamente à PEC, tendo em vista que essas profissionais, por serem autônomas, não entrariam nas discussões sobre a nova lei”, comenta.
Apesar disso, o professor de Economia da Faculdade Boa Viagem (FBV), Roberto Ferreira, acredita que as demissões podem ter ocorrido por falta de conhecimento dos empregadores sobre as novas leis. “Em relação às diaristas, deve ter havido uma retração do mercado por conta dos receios sobre a PEC. Apesar disso, a tendência é que cada vez mais as domésticas sejam substituídas pelas autônomas. Assim como ocorre em países mais desenvolvidos, no Brasil só terão empregado doméstico pessoas que tenham uma renda mais alta”, analisou.
O Sindicato das Trabalhadoras Domésticas da Cidade do Recife (Sindomésticas) mostrou-se surpreso com os números. Segundo a presidente da entidade, Luiza Baptista, no mês de abril foram contabilizados apenas 400 desligamentos. “Não temos conhecimento de que tenha havido um volume tão expressivo de demissões. Acredito que são pessoas que trabalhavam informalmente ou que as demissões tenham sido acertadas na casa onde essas pessoas trabalhavam. Muitas trabalhadoras não vêm ao sindicato no momento do desligamento”, afirmou.(Do Blog da Folha).

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