Depois de 15 meses sem reajuste, a conta de água ficará mais cara. A Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) autorizou a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) a aplicar um aumento de 7,98% nas faturas. No entanto, graças à medida do Governo Federal de reduzir e até excluir alguns encargos e tributos da energia elétrica, a estatal projeta que o acréscimo poderá cair para mais de 5%. A confirmação deve ocorrer até o fim do mês e a incidência do reajuste passa a valer a partir do dia 20 de março. Em matéria publicada no último dia 5 pela Folha, o presidente da Compesa, Roberto Tavares, afirmou que a conta teria uma redução este ano, em função da queda na tarifa de energia, mas não sabia estimar o percentual.
“Essa alteração acontece todo mês de novembro. A última vez foi em 2011, quando aprovamos um aumento de 8,60%. Ano passado, a Compesa nos pediu para adiar o reajuste por causa da campanha de arrecadação de créditos de clientes inadimplentes que estava em andamento e concordamos em não atrapalhar, já que um aumento provocaria uma queda na aderência dos consumidores”, explicou o diretor de Regulação Econômico-financeira da Arpe, Hélio Lopes.
O diretor afirmou ainda que o reajuste da tarifa é definido a partir do cálculo da variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado para compensar o efeito da inflação nas tarifas da Compesa decorrente das despesas de exploração que equivalem a 80,7% dos gastos da empresa. Também faz parte das contas o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que determina, por exemplo, o indexador para a energia elétrica, correspondendo a 19,2% dos custos.
A estimativa do presidente da Compesa é de uma economia de 20,9% com energia elétrica. Porém, este ano a empresa só terá esse abatimento nas contas de abril a dezembro, o que lhe renderá R$ 23 milhões. “A Arpe calcula o repasse ao consumidor pegando quantos por cento esse valor representa na estimativa de receita para 2013. É esse índice que será abatido no reajuste tarifário proposto pela agência e que achamos que será de pouco mais de 2%”, declarou Roberto Tavares.
A aplicação da nova tarifa será feita proporcionalmente, ou seja, só será calculada nas leituras dos hidrômetros a partir do dia 20. “Por exemplo, quem receber a visita do representante da Compesa no dia 25, vai pagar cinco dias com o reajuste e 20 dias com a tarifa antiga”, resumiu Hélio Lopes. A psicóloga Gilvonete Rotondaro, 60, não ficou nem um pouco satisfeita com o anúncio do aumento da conta de água. Para ela o reajuste deveria vir acompanhado de melhorias nos serviços da Compesa. “Acho um absurdo o aumento. Não temos água. Precisei comprar uma bomba para poder ter água na minha casa”, opinou.
Blog da Folha.
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