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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Derrota em 2014 está no topo da lista de eliminações traumáticas do Brasil


Luis Tajes/DP

A Seleção Brasileira não vai se recuperar tão cedo da humilhação do Mineirão. Podemos continuar a ser os maiores vencedores de títulos, a equipe mais bem-sucedida da história dos mundiais, mas a mancha do vexame vai perdurar. Até quando? Difícil dizer. O certo é que, por muito tempo, as cinco estrelas bordadas na camiseta amarela não serão mais suficientes para impor respeito.

O futebol brasileiro, que tinha aprendido a ganhar feio, e achado que com isso poderia se manter como um gigante imbatível, sentiu na tarde de ontem em Belo Horizonte que a renúncia a seus instintos mais básicos cobra seu preço. Da pior forma possível, aprendemos que surfar nas glórias do passado é insuficiente para sobreviver à evolução do esporte.

O Brasil, em sua versão mais violenta e retrógrada, descobriu-se frágil, impotente e pequeno. Um sentimento que, ironicamente, não era associado à Seleção desde 1950, quando não tínhamos nenhum título mundial no currículo.

Tragédias

A derrota para os alemães remete às mais traumáticas eliminações do país em copas. Do Maracanazo à Tragédia de Sarriá, do pênalti perdido por Zico em 1986 à convulsão de Ronaldo em 1998. Mas vai diretamente para o topo da lista das derrotas mais sofridas da Seleção Brasileira.

Em 1982, perdemos jogando bonito. Uma equipe que ficou para a história, mesmo após a derrota. Quatro anos depois, a dor foi pelo fracasso do ícone daquela geração, Zico, mas de certa forma esperada devido ao envelhecimento do time mágico de Telê Santana. Foi sofrido também perder para o maior rival em 1990 ou levar a (então) maior derrota de nossa história em copas na final de 1998.

Nada que se compare, porém, ao sentimento de completo falecimento de nossos ideais no futebol, como ocorre após a derrota por 7 x 1. Até o Maracanazo, repentinamente, transforma-se numa derrota pra lá de digna (leia análise) diante do desfecho da Copa do Mundo de 2014. A Seleção Brasileira, como a maior representante do futebol, acabou.

As eliminações mais tristes

1950, o Maracanazo

Brasil e Uruguai decidiram a primeira Copa feita aqui na última rodada de um quadrangular final. O Maracanã, então o maior estádio do mundo e construído para o Mundial, recebeu quase 200 mil pessoas. O empate bastaria à Seleção, mas o Uruguai venceu, de virada, por 2 x 1. O silêncio vivido após o segundo gol foi bem definido pelo seu autor, o único jogador ainda vivo entre os que estavam em campo: “Somente três pessoas silenciaram o Maracanã: o papa, Frank Sinatra e eu”, disse Alcides Ghiggia.

1982, a Tragédia do Sarriá

Após passear na primeira fase, o Brasil venceu a Argentina de Maradona por 3 x 1 no grupo triangular da segunda fase e entrou em campo contra a Itália precisando de um empate. Zico, Falcão, Sócrates e o resto do time entraram confiantes contra uma contestada Azzurra, seleção de um atacante que havia sido punido por se envolver num esquema de manipulação de resultados: Paolo Rossi, o camisa 20. Ele não havia marcado gols na Copa até enfrentar o Brasil. Fez três. O jogo terminou 3 x 2, e o Brasil, eliminado.

1990, eliminação para a Argentina

O Brasil fazia sua melhor partida na Copa nas oitavas de final contra a Argentina e acuava a albiceleste. Até Maradona aparecer, driblar meio time e servir Caniggia (foto). O atacante deixou Taffarel no chão e fez o único gol do jogo. A Seleção completava 20 anos sem título mundial em uma partida marcada, ainda, pela água dopada que os argentinos serviram ao lateral-esquerdo Branco, que o deixou tonto. O principal canto dos argentinos nos estádios do Mundial de 2014 é sobre esse triunfo da eterna rival da Seleção.

1986, o pênalti de Zico

Brasil e França empatavam em 1 x 1 quando Zico, o maior craque da geração, teve a chance de fazer, de pênalti, o segundo gol da equipe treinada por Telê Santana. Joël Bats defendeu a penalidade mal cobrada pelo camisa 10. A partida prosseguiu até a disputa de pênaltis, a primeira da Seleção em mundiais. Zico até fez o seu, mas Sócrates e Júlio César erraram. Resultado: 4 x 3 para os franceses. Foi a única derrota do Brasil em pênaltis na Copa do Mundo. Em 1994, venceu a Itália na final. Em 1998, a Holanda nas semifinais. E, em 2014, o Chile, eliminado nas oitavas.

1998, a convulsão de Ronaldo

A derrota para a França na final por 3 x 0 foi tão humilhante que, mais de 15 anos depois, muitos brasileiros ainda acham que a Seleção vendeu a derrota. O time entrou em campo abalado por uma convulsão sofrida pelo atacante Ronaldo, eleito o melhor do mundo em 1996 e 1997, antes do jogo. O camisa 9, principal nome do time, quase ficou de fora da decisão. Foi titular, mas pouco produziu. Zinedine Zidane jogou por ele. E Paris virou uma festa.(Blog Super Esporte).

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