Mãe de estudante presa acredita que polícia estava à procura de um líder

Foto: Teresa Maia

A mãe da estudante Crislayne Maria da Silva aguarda ansiosa, em frente à Colônia Penal Feminina do Recife, no Engenho do Meio, pela libertação da filha, de 19 anos, presa pela Polícia Militar durante os protestos realizados nesta quarta-feira.

Maria Cristina da Silva acredita que a filha, que estuda ciências biológicas na Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire) só foi presa porque representa uma liderança, já que é presidente do DCE da faculdade. "A polícia já estava à procura de um líder", disse, negando a acusação da polícia de que a jovem estaria com bombas caseiras."Eles disseram que as bombas estavam dentro da bolsa dela, mas a bolsa desapareceu", questiona. 

Maria Cristina, disse ainda que, ao chegar ao presídio, na madrugada desta quinta-feira, a estudante estava muito nervosa e chegou a vomitar várias vezes. Pela manhã, porém, Cristayne estaria mais calma. A estudante falou à mãe que essa tentativa de reprimir o movimento só vai incentivar mais protestos. 

Além da mãe, fazem uma vigília em frente à unidade prisional mais cinco pessoas, entre elas o presidente do DCE da Unicap, Marcos Vinícios e o estagiário do escritório de advocacia que está tentando conseguir um habeas corpus para libertar a jovem.

Também no local está a estudante Camila Áurea. A jovem, que estava na mobilização, disse que chegou a se apresentar na Delegacia de Santo Amaro para depor em defesa de Crislayne, mas acabou sendo presa e libertada em seguida. Ela acrescentou que os manifestantes usavam bombas juninas na manifestação e não bombas caseiras, como foi dito pela polícia.  

Enquanto isso, colegas da estudante realizam esta manhã um protesto em frente à Fafire, na Avenida Conde da Boa Vista.(Do Diário de Pernambuco).